quinta-feira, 29 de março de 2018

O Candomblé e o sincretismo de hoje!

A Quaresma e a Semana Santa no Candomblé


Muito antes do Advento de Jesus de Nazaré, o povo africano já respeitava a Quaresma, porém com um significado totalmente diferente do Cristianismo. Enquanto estes celebram a morte e a ressurreição de Cristo, os africâneres param suas funções e celebram o Olorogún, período em que os Orixás e Voduns entram em guerra contra o mal, para trazer o pão de cada dia para seus filhos. Há Ìtáns (contos), que nos revelam essa forma diferenciada na África.

Na quarta-feira de cinzas, todos os Orixás da casa devem ser vestidos e cada filho oferece a eles, suas comidas preferidas, os atabaques são recolhidos, depois de serem lavados com ervas, somente sendo acordados no Sábado de Aleluia. Sendo a forma de fortalecer (energizar) os Atabaques da casa.

No Sábado de Aleluia, Ogun, guerreiro maior do panteão africano, faz a distribuição dos pães, representando a vitória na guerra pela paz de sua tribo, bem como as dos demais Orixás.

No Candomblé, a Semana Santa representa a Criação do Mundo, por este motivo, neste período, seus seguidores devem vestir-se de branco, principalmente na sexta-feira, por ser este o dia em que os Orixás descem do Orún par conhecerem a grande criação de Olorun, executada por Oduduwa.

Na noite de quinta para sexta-feira os seguidores do Candomblé devem se proteger, usando seus contra-eguns, pois nesse dia Óyáà (yansã, deusa dos ventos), está em guerra e não pode conter os eguns (espírito dos mortos), que nos rondam. Da mesma forma devemos nos alimentar com comidas brancas, tais como canjica, arroz, arroz doce, acaçás e pães.

Devemos também oferecer esses pratos a Oxalá, em busca de paz e prosperidade.
Essas informações, se devem em função do sincretismo afro-religioso existente desde a escravatura e migração dos negros africanos para o Brasil. Porém, em África na época em questão, nunca houve essa ligação Católica, por não se cultuar o cristianismo e sim, a louvação tão somente ao Panteão dos Orixás.

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